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Gustavo Colombini e Diogo Liberano
Fotografia de António Gouveia
Historial da revista
Editada pelo Platô – Pesquisa e Produção, plataforma criada em 2020 por Diogo Liberano, a revista Esse texto conta com o ISSN 2976-0240 e com as seguintes edições:
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Edição 1 (março a junho de 2023) – composta por 6 textos críticos;
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Edição 2 (março a junho de 2024);
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Edição 3 (julho a outubro de 2024);
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Edição 4 (novembro de 2024 a fevereiro de 2025);
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Edição 5 (março a junho de 2025).
Além das edições publicadas, a revista foi também investigada durante a quinta edição do programa Reclamar Tempo, promovido pelo CAMPUS Paulo Cunha e Silva, na cidade do Porto, sob direção da Direção de Artes Performativas da Ágora – Cultura e Desporto do Porto, E.M.
Durante duas semanas de encontros diários, em julho de 2025, os editores Liberano e Colombini se dedicaram ao estudo da metodologia desenvolvida desde 2023, analisando os 22 textos publicados até então e realizando práticas de estúdio buscando tensionar a escrita crítica em sua dimensão performática. A experiência contribuiu para aprofundar os procedimentos editoriais da revista e reafirmar sua orientação processual e investigativa.
Após cinco edições, a revista Esse texto encerrou suas atividades em novembro de 2025, finalizando o percurso iniciado em 2023 e consolidado ao longo de suas publicações.
Apresentação
Surgida em 2023, a Esse texto é uma revista de crítica artística criada por Diogo Liberano e Gustavo Colombini, autores brasileiros residentes em Portugal. Publicada online e gratuitamente, com periodicidade quadrimestral, a revista se dedica à criação e publicação de textos críticos a partir de coisas artísticas criadas e apresentadas, predominantemente, em território português.
Na contramão de uma crítica que se ancora em critérios prévios de juízo, como quem já saberia o que é válido, correto ou verdadeiro sobre determinada coisa artística, a Esse texto propõe outro caminho: textos críticos que são, também, textos ficcionais.
A ficção crítica
Tal como praticada pela revista, a ficção crítica não se define como invenção arbitrária ou fabulação deliberada. Antes, trata-se de uma qualidade literária que emerge do encontro entre coisa artística e pessoa crítica — um encontro que produz deslocamentos, afetos e pensamentos. Nessa escrita, a crítica não se exerce como domínio da linguagem sobre a coisa artística, mas como escuta, contaminação, fricção.
Essa ficção não abandona o exercício do pensamento, mas o redimensiona: incorpora formas narrativas, vozes múltiplas, construções poéticas, interrupções e desvios que são, eles próprios, modos de pensar. Em vez de explicar a coisa artística, os textos da Esse texto procuram convocar, comover e provocar o pensamento – tanto de quem escreve quanto de quem lê.
Por isso, não escrevemos “sobre” a coisa artística, mas “a partir” do que se passou entre ela e a pessoa crítica. Chamamos a esse atravessamento de “esse texto”: algo que se inscreve no entre, como dobra sensível entre criação e leitura, como acontecimento literário da crítica.
Ao longo de suas edições, a revista tem desenvolvido e consolidado uma metodologia própria que permite sustentar tanto a liberdade formal quanto a consistência dos procedimentos de composição. Cada edição publica quatro textos críticos originais, produzidos a partir de quatro coisas artísticas distintas.
